Um dia ele avistou um pobre paquiderme deitado ali no chão, ferido, enorme, inerme.
Shakhana aproximou-se e, num sublime impulso, sentiu-lhe a febre ardente, então tomou-lhe o pulso,
Foi quando viu no pé do agônico elefante, a farpa que lhe causava a dor alucinante.
Rapidamente Ky num gesto habilidoso, logo extirpou-lhe o imenso espinho doloroso.
Depois, com agilidade e competência inata, vinte quilos de sulfa aplicou-lhe na pata.
Enrolou-lhe no artelho um band-aid gigante e por fim ministrou-lhe um galão de laxante.
Afastou-se o bichinho, feliz e curado, deixando do purgante o rastro almiscarado.
Muitos anos passaram. Já velho, Shakhana retomava alquebrado à sua cabana.
Mas eis que da floresta vem de supetão um elefante!
Pois vê nítido e claro, frente ao seu nariz, o band-aid em farrapos e a cicatriz.
O elefante sorri e olha com amor bem no fundo dos olhos do seu salvador, como se lhe dissesse com a pata no ar.”Ah! Me lembro de ti! Como não recordar…
Foi teu gesto gentil que salvou minha vida, aliviando-me a dor, me limpando a ferida!
Não existe elefante que disso se esqueça.
E depois, sutilmente, esmagou-lhe a cabeça.
Moral da história:
A memória do animal, ninguém refuta,
Mas tem elefante que é filho da puta.
Vi esse poema no Jô Soares esses dias, e adorei... Vejam o link
Moral da história:
A memória do animal, ninguém refuta,
Mas tem elefante que é filho da puta.
Vi esse poema no Jô Soares esses dias, e adorei... Vejam o link
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